terça-feira, 30 de agosto de 2011

O difícil arte de dar uma má notícia... Parte I

Vamos voltar um pouco no tempo...
Contar para as pessoas que eu tanto amo, que estava com um câncer de mama não foi uma tarefa nada fácil.
Aliás, na minha opinião, foi mais difícil do que receber a notícia...
Quando o médico me falou que meu nódulo era muito suspeito, eu já estava bem certa de que realmente era um câncer. Não que eu seja uma adivinha, longe de mim, mas a cara dos médicos quando viam minha mamografia com aquela descrição do nódulo "espiculado" e com um enorme Bi-Rads 5, não deixavam dúvidas. Claro que a ética médica sempre fala mais alto, e, até que eu recebesse o resultado da biópsia, nenhum médico confirmou que era um câncer, mas graças a minha ansiedade crônica misturada com uma curiosidade aguçada eu mergulhei na internet (lembra da fase da pesquisa? Pois é...)  e tive a certeza de que meu nódulo era um câncer. Só que a internet te dá muita informação, mas nem sempre te esclarece as dúvidas. E foi isso que me aconteceu. Como eu não era uma médica, lógico, fiquei com a cabeça a mil, ou melhor, a milhão, com aquele monte de informações que eu não conseguia colocar em uma ordem e muito menos chegar a uma conclusão, resultado, mais dúvidas e váaarias noites sem dormir, até o dia da consulta.
Quando meu mastologista me falou do resultado da biopsia, com a confirmação do CA, eu estava com meu marido, que é um cara maravilhosos e ficou lá, do meu lado,  firme e forte e não me deixou abalar nem por um minuto. Ele realmente está sendo maravilhoso em todos os sentidos, muito mais do que eu poderia imaginar... É a minha força, meu porto seguro.
Depois, veio a difícil missão de passar a diante essa péssima notícia, que eu já vinha digerindo a dias.
Eu tenho uma teoria, e nisso acho que todos concordam, de que dar uma boa notícia é uma delícia, mas dar uma má notícia, é uma coisa chata, ingrata, literalmente uma merda! Isso mesmo, merda, não tem palavra que defina melhor uma má notícia. Num mundo cheio de pessoas geniais, ninguém, até hoje, conseguiu inventar ainda uma forma legal de dar uma má notícia.
E lá fui eu, com minha caixinha de surpresas, para a infelicidade de todos que me rodeiam...

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